domingo, 1 de julho de 2012


Fazer o que enquanto te espero?
Já coloquei o perfume, verifiquei a quantidade de comida, chequei se tem suco. Tá tudo certo. A última ligação que te anunciava foi á 36 minutos atrás, e já está tudo pronto. Agora eu fico aqui, com essa mania de ser ansiosa, de querer pra ontem o que eu sei que demora. Na verdade não demora tanto assim, mas eu tenho tanta sede, tanta pressa, tanto desejo acumulado nessas 24 horas que nos separaram. Represa aberta.  Então corre, voa, vem sem demora, por que quem te ama, já te espera.

Ultraviolet.
Olha a vontade de escrever reaflorando... Mas agora os tempos são outros. Passou a tempestade, a garota de passos incertos encontrou um porto macio, feito de bolos de vó, em tardes de domingo. Hahahahaha... até parece. Massss, com alma menos atribulada, tentarei vir aqui algumas vezes, e aos que me acompanham, sabem que isso não durará muito, outra vez, pq como já foi dito : "Ela nunca muda seus modos."

Uv.

Acabei de ver um filme marcante. “Diários Proibidos”, história da ninfomaníaca Valery. História da solidão e do abandono de todas as mulheres. Daquilo que sentimos quando estamos sozinhas. Do medo e da desolação. Algumas buscam refúgios, outras se escondem em si ou nos outros.  Mas todas, todas somos assim. Todas somos frágeis em busca de um braço forte que nos aperte até nos sentirmos seguras. Não, não é drama. Mulheres são fortes, parecem fortes porque carregam em si toda a dor do mundo. E a gente suporta. A gente segura. E vai em frente, porque tem que ser assim. E nada muda isso. A gente só pede uma coisa em toca. Carinho. Um pouquinho de atenção, de proteção. Um olhar, um sorriso, aquele elogio, pode de repente ser um poderoso analgésico. Medidas alternativas para problemas inesperados, inéditos. E ainda assim, somos lindas. Sempre esperando. Conseguimos ser lindas enquanto esperamos, damos, recebemos, negamos, estamos melancólicas, somos incompreendidas. A arte de acondicionar sensibilidade.

Ultraviolet.