segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DA SAUDADE QUE PODE SER RESOLVIDA

Cadê você, hein? Que move os meus dias, que me dá uma vontade enorme de viver, não grandes aventuras ou cenas homéricas de um teatro improvável, mas somente a simplicidade da vida ao seu lado, apenas com a sofisticação de um amor bem-vivido: dividido. O nosso pequeno grande conto, o paraíso particular, invisível aos olhos estranhos. Cadê você que me faz correr... Correr não mais pra parar o tempo, como eu julgava necessário antigamente, nos rascunhos em branco e preto, mas correr pra acelerar, fazer acabar esse espaço-tempo transmitido em dias, horas, e toda forma de medida, pra que eu possa novamente te ver, te ter nos mágicos fins de semana que se tornaram inesquecíveis porque você estava lá. Você é o meu encontro com o ídolo numa Rua de NY. Você é parte de todas as canções que eu amo e canto. Porque você me mostrou o que é o amor, e percebi que era suficiente estar na praça de mãos dadas, estar no seu colo sem dizer nada. E o seu canto da cama, que é tão meu já, me deixa confortável e feliz, por saber estar (ser?) amada. E o meu travesseiro, que guardou o seu perfume, resquícios do nosso último filme juntos, me proporcionou uma das noites de sono mais agradáveis que já tive nos últimos meses. Mesmo que apenas pela ilusão de ter você ao meu lado. Aos poucos, estamos perto do real. Perto do fatal! A junção desejada, perfeita, um amor sem chance de anoitecer. Uma ideia que me leva a usar meus intervalos no trabalho para ir à rua e entrar numa loja de jogos, atrás de quinze números que me trarão outros tantos que só tem um objetivo: catalisar meus sonhos, meu desejo de união. Tocaria esses cinco zeros por uma casa, móveis, um carro talvez, uma igreja, uma festa, um destino, você, eu, flores e um vestido. Depois? A eternidade... A felicidade... O seu nome entre sussurros a meia noite. E um sem número de estrelas a nos reverenciar. Nós transcendemos. Nós nos merecemos. Almas que um dia, agraciadas pelo encontro, ousaram ser felizes.

Ultraviolet.