terça-feira, 20 de abril de 2010

Ultraviolet (Light My Way)

"Sometimes I feel like I don't know
Sometimes I feel like checking out.
I wanna get it wrong
Can't always be strong
And love, it won't be long.

Oh, sugar, don't you cry.
Oh, child, wipe the tears from your eyes.
You know I need you to be strong
And the day it is dark, as the night is long.
Feel like trash, you make me feel clean.
I'm in the black, can't see or be seen.

Baby, baby, baby, light my way.
Alright now, baby, baby, baby, light my way.

You bury your treasure where it can't be found
But your love is a secret that's been passed around.
There is a silence that comes to a house
Where no-one can sleep.
I guess it's the price of love;
I know it's not cheap.

Oh, come on, baby, baby, baby, light my way.
Oh, come on, baby, baby, baby, light my way
Baby, baby, baby, light my way.

I remember when we could sleep on stones.
Now we lie together in whispers and moans.
When I was all messed up and I heard opera in my head
Your love was a light bulb hanging over my bed.

Baby, baby, baby, light my way.
Oh, come on, baby, baby, baby, light my way."

domingo, 11 de abril de 2010

CONFISSÕES II

Tenho nas faces a deformidade causada pelo descaso. E essas lágrimas que me confundem em sua constituição: a dor de cada queda me faz crer que sejam de vidro. Produto do abandono são essas linhas que escrevo, em letras miúdas, destoantes daquela normal, como que também abstraídas de sentido e de si. Agora procuro algo que não sei exatamente o que é. Talvez queira transformar essa mágoa que me consome em algo menos tóxico. A dor não passa. Tomada de assalto e mantida sob controle, obrigada a executar procedimentos a despeito da minha vontade. Afronta terrível a uma natureza indomável. Não existo sob ultimatos alheios. A pressão me desintegra, faz de mim bicho acuado, revolto por não ter instrumentos para lutar. Me exponho na esperança de que alguém me veja. Que se enxergue não o que pode ser visto, mas que se olhe além. Grito não para me fazer ouvida, eu não tenho nada a dizer. Só quero que olhos mais atentos observem a essência dessa forma inconsistente. Sem segundas intenções, sem flechas de Cupido. Agora, tudo o que queria era ter a coragem autodestrutiva de Ícaro e, incomunicável como estou, me entregar sem reservas à tragédia. Ao ódio forjado em mim, devolver culpa. Remorso denso e pesado. A constatação do erro tantas vezes anunciado. Eu não quero confissões nem memórias. Quero somente algo definitivo que me livre de uma vez desse mal que me assola todos os dias.
Ultraviolet.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Não estava no acordo eu te amar. E nem ultrapassar meus limites dessa maneira. E nem ser feliz e triste por esse amor quase-nada. E nem me contentar em te ter entre paredes e algumas regras. “Eu quero a sorte de um amor tranqüilo”, uma vez disse o poeta, mas eu descobri que não é bem assim. O sabor de fruta mordida nem sempre é doce. Eu quero a sorte de um amor que não seja só meu. Quero ver em ti a mesma umidade que habita meus olhos ao pensar que te amo. A mesma palpitação ao entender-me sua, toda a sofisticação do amor correspondido, simplesmente vivido. Andar de mãos dadas em rua cheia, sem receio. Eu não preciso explicar o que sinto. Eu não preciso me esquivar do que me faz bem. Você tem seus motivos. Eu tenho apenas meus sentidos.
Ultraviolet.

domingo, 4 de abril de 2010

Amor, abre a janela, desliga o ventilador. Minha pele sente o frio, vem me dar um pouco do teu calor. Fecha meus olhos, afaga meus cabelos, amanhã é dia denovo. Aproveita a noite. Aproveita o curto espaço de um beijo, a eloqüência do silêncio. Amanhã o sol vai aparecer, e eu vou embora. Me abraça forte. Diz que vai ficar tudo bem. Deixe teu olhar trair seus lábios. Burle os receios. Subestime meu sono. Quero sua vida em mim e meu Eu em você. União efêmera. Sentimento eternizado. Os nossos perfumes trocados.
Ultraviolet.