sábado, 5 de março de 2011

COMO SE EU FOSSE DAVI

Clamei a ti no dia da angústia, que foram muitos, e não obtive resposta. Cheguei a desacreditar de sua existência, me perguntado onde estavas que não ouvia a dor ou presenciavas meu sofrimento diário. Talvez estivesse ocupado com algum faminto, mais necessitado que eu. Ou quem sabe acompanhasse o último suspiro de algum desgraçado que lutava por manter o espírito atrelado ao corpo.
Eu sou mais uma no hall dos que não vêem saída, e não lhes resta outra coisa a não ser acreditar em ti. Questiono tua presença em meio à adversidade, mas não deixo de atribuir-lhe todas as coisas boas que me acontecem. Mesmo que efêmeras. Mesmo que banais. Mas a minha alma atribulada me trai. E muitas vezes eu vacilo e volto atrás. Mas não dura. Não adianta. A dúvida de tê-lo ao meu lado é melhor que a certeza do contrário. E o silêncio que se segue após as minhas lágrimas acaba sendo reconfortante a ponto de fazer-me olhar em volta a procurar-te no vazio. Minha voz anda meio embargada nesses últimos tempos, então resolvi escrever para, materializando em tinta e papel, tentar ser mais clara (ou obter resposta rápida): você realmente vê quando eu clamo?
Ultraviolet. 

2 comentários:

  1. Oi, tem mais um blog lá pra vc, se quiser é só passar lá. Abraços!
    http://afantasista.blogspot.com/2011/03/o-selo-stylish-blogger-award.html

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  2. Nossa, só li agora. Que lindas palavras! Sim por que apresentas um pensamento tão bonito, cheio de sinceridade, e no fundo, cheio de pureza, e, de esperança tbm. Entendo-te perfeitamente em teus pensamentos, eles já foram meus tbm. Abraços!

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