quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O dia permanece nublado e o vento balança as árvores sem trazer frio à pele. Estranho esse aconchego de um tempo cinza. Ouve vozes que enaltecem uma elevação espiritual. Ela ainda não sentiu nada, exceto a falta de 565 páginas envoltas em capa dura que lhe apaziguavam a alma, traziam de volta os sonhos e recompunham a calma. Quase uma injeção de alguma substância revigorante. O riso ao fim do orgasmo. Agora procurava no ambiente traços do mundo imaginário que deixara para trás. O sino toca e o silêncio do telefone corta. Um sinal sonoro. Volta ao processo. Ainda espera submissa e contida alguma manifestação de reconhecimento. Ela vê-se gueixa japonesa, de faces brancas, olhos baixos e joelhos dobrados.
Ultraviolet.

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